Fikções, opinadelas e cenas que tais: Holmes, Sherlock Holmes

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Holmes, Sherlock Holmes


Confesso que antes de o ver mantinha algum receio neste filme, por Guy Ritchie e pelo clássico Holmes, o de sempre. Despachando logo a última questão diria que se perdeu algo do Holmes clássico, no entanto o conteúdo continua a ser muito próprio da personagem, sem dúvida, metódico e observador como só ele consegue ser e na outra ponta, pessoal, privada, um boémio e uma desgraça, um desarranjo. Confere. Nem poderia ser de outra maneira, no entanto destoa fundamentalmente na dinâmica por vezes quase extrema que Ritchie lhe incute, um Holmes e também um Watson mais físicos que nunca antes se tinha visto, de certa maneira angustiante e para alguns, imagino, imperdoável. Mas atente-se, não é banalizado, nas mãos de Guy Ritchie ganhou-se todo um mundo rico e cheio de possibilidades, este Holmes é um conceito em muitas maneiras novo e criativo. Quanto ao toque muito particular no formato de filme de Ritchie sou sincero e repasso que não o estava a ver enveredar por algo tão vertical e formatado por inúmeras versões mais sisudas, mas eis que consegue gravar as suas impressões digitais por toda a personagem e filme, engraçado, funciona. Mestre, diria. Muito deste resultado é da responsabilidade de Robert Downey Jr. que tomando Sherlock pelas rédeas eclipsa o formato rígido clássico em várias maneiras e o faz esquecer, magnifica interpretação.

Nota positiva também para Jude Law como Dr. Watson, perfeito, a vincar ainda mais a eterna dupla inseparável; para Rachel McAdams como Irene Adler e Mark Strong como Lord Blackwood, muito bons; para os cenários, magníficos, principalmente para a Londres industrial excelentemente retratada.

Bom filme, delicioso a espaços, algo "Marvelisado" mas bom. Não acredito que Sir Conan Doyle dê cambalhotas no caixão, bem pelo contrário. Esperemos pelo regresso, Moriarty deixou
comichão.


Realizador: Guy Ritchie.
Argumento: Michael Robert Johnson; Anthony Peckman; Simon Kinberg.
História: Lionel Wigram; Michael Robert Johnson.

8.

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