Fikções, opinadelas e cenas que tais: novembro 2009

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

- A V A T A R -


Ora aqui estamos, a alguns dias apenas da estreia de uma das mais esperadas películas dos últimos tempos, não fosse a mesma realizada e produzida por um dos pilares da ficção cientifica cinéfila - tudo aponta que teremos James Cameron ao seu melhor nível. Hype colocado numa fasquia que quase se perde de vista tal a altura da mesma, promessas de revolução a nível técnico, foto-realismo digital, cinema 3D e - importantíssimo! - com um argumento aparentemente à altura e a colar todos estes condimentos num bolo que tudo aponta ser mais um clássico de referência do género.

Entre realização e produção Avatar durou 4 anos de trabalho meticuloso e sem pressas, sem qualquer stress comercial com que os processos de produção hoje em dia são sistematicamente asfixiados. É raro superar este facto na realidade cinematográfica que vivemos e somente um nome como Cameron e talvez mais 2 ou 3 se poderiam dar ao luxo de o fazer. Mesmo assim, suportado nuns espantosos 190 milhões de dólares o realizador de mega sucessos como Aliens, Terminator(s), Abyss e Titatic (só para citar alguns) avança que apostou tudo o que tinha neste épico, não se poupando a esforços. Entendo que é o projecto de eleição do mesmo, a sua menina dos olhos e algo que afaga à muito. Uma ideia que já guarda à mais de 15 anos e apenas esperava que o timing correcto surgisse, a nível orçamental e especialmente a nível técnico, tendo todas as ferramentas à altura para se lançar em aventura de tal envergadura. Cameron cria um mundo completo de raiz, totalmente digital mas o mais palpável possivel, imaginando tudo desde a luxuriante flora até ao mais incrível animal.


O trailer internacional dá-nos uma ideia do potencial do filme, com imagens e sequências de se lhes tirar o chapéu, efeitos de qualidade acima do normal e animações digitais de 1ª água, esperemos então que realmente o argumento - sempre o argumento - esteja à altura do colossal desafio que se impôs. Interessante também dar uma olhada ao showoff feito em Adobe Air para nos familiarizarmos um pouco mais com o filme.

Sintetizando um pouco a história, estamos no século 22 e o homem descobre Pandora, uma lua de um gigante gasoso que suporta abundantemente um tipo de vida luxuriante e a qual tem tanto de bela como de letal, imaginem uma enorme floresta tropical de aspecto descomunal e exótico mas hostil aos humanos devido a uma atmosfera tóxica. Estes, representados por uma corporação militarizada (RDA) instalam-se e vivem obcecados por um mineral que tem uma característica fora do comum: possui capacidade anti-gravidade. Avaliado em 20 milhões/kg obriga os humanos a fazerem tudo ao seu alcance para subtraírem o mesmo ao mundo alienígena.


Problema: a maior jazida do mineral situa-se no local exacto onde vivem os Na'vi, raça sapiente, humanóides de cerca de 3m, fisicamente superiores aos humanos mas considerados primitivos, vivem em harmonia com o seu mundo e são pacíficos, reagindo em defesa apenas se ameaçados. Entretanto é "oferecida" aos Na'vi a opção de emigrarem do local alvo os quais, em seu pleno direito, se recusam a fazê-lo. Tentando evitar o confronto directo os humanos lançam um arrojado plano de infiltração na sociedade nativa recorrendo aos "Avatar", criações geneticamente obtidas através do tratamento DNA dos Na'vi com humano e onde estes últimos podem literalmente operar fisicamente um individuo Avatar criado remotamente, o objectivo seria convencer no processo o povo nativo a sair do local. Para operar um destes avatar na'vi convencem Jake Sully (Sam Worthington), veterano de guerra ex-marine paralisado da cintura para baixo devido a ferimentos em combate na Terra, fruto do acaso já que o irmão gémeo de Jake é um cientista que participa no projecto Avatar que entretanto é assassinado, dai a oportunidade deste o substituir.


Maravilhado com a hipótese de poder andar novamente aceita o desafio Jaek enreda-se na trama e conhece acidentalemente Neytiri (voz de Zoe Saldana), uma jovem Na'vi com quem se envolve e através da qual se consegue integrar no clã onde pertence. No entanto tudo se complica quando Jake gradualmente se apaixona por Neytiri... e o resto, veremos.

Concluindo, tudo se congemina para mais um enorme épico de ficção cientifica/fantástico, uma das raras vezes em que o hype gerado parece ter realmente argumentos para existir e imagino um sucesso quase palpável, cá estaremos, ávidos mas serenos, à espera para devorar mais um colosso de James Cameron.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Cromado de fresco


Ora ai está ele, Google Chrome (ou Chromium?), fresquinho, já pronto a ser testado e a caminhar para a sua distribuição no fim de 2010. Há quem diga mal, há quem diga bem, enfim, de resto os mesmos chorrilhos de sempre. Pessoalmente até agora vejo algumas qualidades de se lhe tirar o chapéu, seja o sartup time incrível (7s, weeeeeeee!) mesmo a partir de uma pen; look simples, minimalista, tudo à mão de semear, conciso, prático e de processos rápidos. No fundo o sonho de qq utilizador sem pachorra. Estou curioso para experimentar a integração das ferramentas de produtividade online e verificar a sua viabilidade, mas soa bem. No entanto deixo algumas questões pertinentes no ar:

1. o OS é todo ele baseado em utilizações online? Tudo aponta que sim. A ideia é acabar com o conceito de disco rígido, o que deixa outra série de questões em aberto que fazem confusão, muita confusão no conceito de utilização como o conhecemos em qualquer outro OS que usamos, este é talvez o factor mais intrigante porque vai obrigar a todo um novo método de utilização do PC o qual terá sucesso ou não conforme a a adaptação do user normal a este conceito;

2. e por exemplo suporte para jogos??? E quando digo jogos leia-se títulos pesados. Muito do grande sucesso da sobrevivencia do PC é devido à sua flexiblidade no que toca a jogos (e não só);

3. e já que tocamos no assunto acima, qual o seu comportamento e suporte a drivers? Sim porque para comportar flexibilidade tudo se resume a drivers, drivers, drivers! Por exemplo nas gráficas de última geração. Dada a sua facilidade e simplicidade de funcionamento não o vejo a fazer uma abordagem a esta questão como faz o Linux, sinceramente ainda não consegui entender muito bem qual gestão do Chrome nesta área;

4. qual hand shake no que toca a software de terceiros?! Ou simplesmente não existe? Na demo da Google como podem verificar há uma breve referencia ao Windows Live quando o apresentador abre um documento xls, mas mais não se vê.

Caso estas vertentes (pelo menos estas) não sejam abrangidas, revistas e algumas ideias contornadas não lhe vejo grande futuro, por muito que custe aceitar o facto dado o conceito bastante interessante. Imagino um panorama algo semelhante à ideia Linux, o que será pouco, muito pouco.

Wait and see...