Fikções, opinadelas e cenas que tais: fevereiro 2010

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fantastic Mr. Fox

É sempre uma delicia ver um stop motion deste calibre. Apesar de não ser um fundamentalista defensor da técnica em detrimento das novas tecnologias, muito pelo contrário pois acho que cada uma destas áreas tem o seu lugar e consigo separá-las bem, acho que ambas têm argumentos q.b. para esgrimirem sozinhas e vencer com grande mérito. Apesar do limite técnico estar esgotado ou quase, visualizar um produto de qualidade em stop motion é e sempre será algo de fabuloso. Até à algum tempo atrás mantinha alguma resistência no que toca ao CGI deixando o stop motion sempre num pedestal muito dele, bem, continuo a deixa-lo lá mas entretanto com a computação gráfica cada vez mais apurada e deliciosa de se devorar convém separar estas duas áreas, cada uma merece que se faça a distinção, não comparem, não vale a pena comparar o que não faz sentido destingir, até Burton já se redimiu deste facto com a nova Alice. Desde que haja criatividade e arte o meio para atingir a obra final é irrelevante.

Quanto a Mr. Fox, fiquei maravilhado, dificilmente um filme assim poderia ser mais criativo, parabéns aos criadores. Hilariante, subtil, marcante. Caso Up não tivesse levado a estatueta para melhor categoria de animação por mim levava este, sem dúvida.



Realizador: Wes Anderson.
Argumento: Wes Anderson.
História: Roald Dahl.
Vozes: George Clooney, Meryl Streep...

9.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

GRANDE momento da semana!

Abrunhosa, compositor criativo, músico q.b., projecto torturante de cantor, stuntman nas horas vagas:

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Homens que matam cabras só com o olhar

Engraçada viagem a um tema interessante, ultimamente algo visitado mas desta feita com uma abordagem bastante diferente. O filme abre com uma frase no mínimo enigmática - “More of this is truer than you imagine” - algo do genero "Muito disto é mais verdadeiro do que possa imaginar", e deixa o espectador colado à tela constantemente questionando-se sobre a mesma, adivinhando o que será real ou puro devaneio tresloucado dos intervenientes. Composto por um quarteto de luxo com George Clooney, Ewan McGregor, Jeff Bridges e Kevin Spacey, The Men Who Stare at Goats presenteia-nos com várias camadas contidas de comédia escurecida e algum drama à mistura, baseado em factos veridicos ou talvez não e em práticas militares menos ortodoxas que foram e ainda serão bastante reais.

Tudo começa quando o repórter Bob Wilton (McGregor) tentando fugir às frustrações da sua vida pessoal segue para o Iraque em plena guerra. Lá encontra por acaso um tipo invulgar, que já ouvira falar antes numa das suas averiguações, é Lyn Cassidy (Clooney), um personagem de certa maneira mítico, que teria pertencido à não menos mítica New Earth Army, uma unidade muito especial do exército americano que se baseia não em violência mas sim em práticas paranormais. A unidade é liderada e fundada por um guru e veterado da guerra do Vietnam, o singular e psicadélico Bill Django (Bridges).

Todo o filme navega por um rio de incógnitas, virando esquinas onde nunca se sabe o que está por trás, bastante agradável de se ver.


Realizador: Grant Heslov.
Argumento: Peter Straughan.
Baseado no livro de Jon Ronson.

7.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Oscars v2010


Não me querendo estender muito dado que ainda não vi todos os filmes escolhidos permitam-me deixar algumas curtas divagações sobre as nomeações para os 82ºs prémios da Academia de Hollywood:

1. The Hurt Locker, sinceramente continuo a não entender o êxtase à volta deste filme, é bom, um filme acima da média, com uma boa interpretação de Renner (apesar de me parecer pontualmente forçada), mas repito, parece-me retalhado ou diluído demais para ser um grande filme. A passos abstrai-se do seu verdadeiro objectivo. Bom mas nada de excepcional, não entendo o porquê de tanta nomeação. Mas é a minha opinião, poderei não estar a "ver" o filme como deveria, um receio que tenho é que seja visto com outros olhos no ponto de vista americano, o que será compreensível;

2. A nomeação a District 9 é só por si uma vitória estrondosa em toda a linha, fenomenal! O filme mais do que merece! Melhor filme? Era uma surpresa daquelas, não acredito;

3. Adorava - deitava foguetes! - ver o Up a levar a estatueta de melhor filme :). Talvez muitos achem que seja uma escolha polémica mas não tenho nenhum pejo em ver o filme nesta categoria, e pelos vistos outros também o não tiveram. A pelicula é fenomenal e distingue-se pela sua dramatização, apesar de continuar a ser uma comédia/aventura animada no seu âmago. Filmes de animação deste calibre têm por trás verdadeiros génios que têm de recolher os louros que merecem, é óptimo. Amigos, é um filme, ponto. Nunca entendi a distinção, não deixa de ser um filme em todo o significado da palavra. Já agora, lembro que abriram um precedente e terão de manter o mesmo critério no futuro;

4. O Glorious Basterds aponto que leve pelo menos três estatuetas, mas não me parece que leve a de melhor filme, não faz sentido nos moldes normais. Repetindo-me, é psicótico demais para isso, aposto que não há coragem em Hollywood par alhe darem este titulo. Aliás, trato o assunto ao contrário, o Oscar não merece Glorious Basterds. Uma ameaça: se Waltz não leva a estatueta de melhor actor secundário para casa nunca mais vejo o espectáculo!;

5. Avatar, a meu ver é uma grande - enorme! - incógnita, leva obviamente uma catrozada de Oscars técnicos, mas realizador? Talvez. Filme? Só se for pela evolução que ele representa, pelo choque visual delicioso nunca antes visto e que levou milhões de espectadores às salas de cinema, por ai merece, mas pessoalmente dificilmente lhe daria o titulo máximo.


Resumindo, a coisa nestes termos aparenta estar muito dividida, uma acentuada incógnita, até porque este ano temos de certa maneira uma concorrência fraca, pelo menos até ver os restantes concorrentes. Entretanto aposto para uma divisão mais ou menos equilibrada das estatuetas pelos filmes alinhados.

No entanto a minha opinião peca por defeito, como já disse falta-me ver ainda muita coisa: Up in the Air que dizem estar muito bom; A Serious Man; Precious; An education; The Blind Side. Muita coisa mesmo.


Só uma nota final para a não nomeação de Sam Rockwell e Viggo Mortensen pelos seus magníficos papeis em Moon e The Road respectivamente. No meu ponto de vista é uma imbecilidade, a grande falha dos Oscars deste ano!